segunda-feira, 29 de junho de 2009

O não dito

Eu não poderia dizer tudo.
Não há espaço suficiente,
não há palavras que se façam coesas.
Então eu peço que digam a ele.
Digam que ele é dono de um olhar sincero e de um sorriso que encanta.
Digam que ele me faz bem porque em seus gestos há flores.
Digam que ele faz em mim verão e voa em meu coração como andorinha.
Digam que ele me deixa lembranças de maritacas
e me faz leve como beija-flor.
Digam que ele canta como canário
e faz dos meus receios, carnaval.
Digam que eu me deito toda noite e imagino um espaço na cama pra ele,
e mesmo sozinha,
durmo espremida de saudade.
Digam que ele é meu cobertor aconchegante de carinho e zelo
e que seu cheiro é nosso,
e meu amor é dele.
Digam que estar com ele é como ficar descalça no jardim,
pés desnudos de medo e livres pra correr.
Digam que todo dia é festa dentro de mim
porque seus beijos são como balões coloridos ao vento.
Digam a ele que sou sua amiga,
pois leio seus olhos, sorrio seus sorrisos, gargalho suas gargalhadas e choro suas lagrimas...
Digam que é difícil explicar como ele está em mim já que muita coisa é só sinceridade de sentimento e pronto.
Tem coisa que transparece mais que a chuva.
Está nos meus olhos, muito mais que em minha pele transparente.
Eu só quero que ele exista, feliz, simplesmente.
E seja sempre essa imensa parte do talvez da minha vida.
Que talvez seja o meu sim, o meu amanhã, o meu renascer,
E digam que se ele quiser ver,
explícito, nítido,
quase que um brilho à flor da pele,
que leia meus versos sobre a verdade e perceba minhas desculpas pra encontra-lo.
Digam que o dia que ele veio ao mundo,
eu já estava nele..
e com certeza o sol brilhou mais forte,
Eu sei.
Eu senti.
Digam que ele acabou com minha criatividade de desejar outros corpos, outros cílios.
Digam que eu amo o vermelho de seus olhos
e que até gosto de provoca-lo pra que me olhe por mais tempo.
Digam que vejo-o sincero, como risada de criança.

Nem que seja em sonhos, digam que isso pra mim é viver.
E que hoje, hoje eu vivo estonteante
pois ele fecha um ciclo e reinicia outro,
e eu faço parte de alguns passos desta caminhada.
Digam enquanto ele toma banho, enquanto almoça, ou quando chegar a madrugada.
Digam quando ele estiver sozinho,
em silêncio,
para que o mundo não estranhe, não atrapalhe minha forma de senti-lo
E para que ele possa ouvir com clareza todos os detalhes,
para que sinta toda a alma da minha poesia
Digam a ele o de sempre: muitas felicidades, paz, alegria, sucesso e conquistas,
mas principalmente,
o que ninguém diz:
que haja sempre verdade contida em suas vitórias.
Que ele escreva seu livro com amor e sabedoria, sabendo virar a pagina, riscar e reescrever.

Digam que ele é o imenso do imenso meu.
E isso basta.
Obrigada.
Digam a ele que agradeço!