domingo, 18 de outubro de 2009

Um relato de gratidão

De todos os momentos de intimidade perfeita, aquele sob céu chuvoso no sábado á noite foi o de maior ternura e exatidão. Tínhamos saído do cinema, comovidos, unidos, restritos.
Após um gole d’água distraído, algo inexprimível invadiu subitamente meu coração. Num impulso de vida, exclamei : -Sou completamente apaixonada por você! E num abraço de amor puro, nos encaixamos protegidos da vida e de suas intempéries. Dentro daquele abraço, renasceram as formas de amar e receber, de doar e permanecer.
Olhando para seus olhos mareados, me vi menina, moça ,mulher .. Assisti à meu próprio desabrochar em flor. Me vi desenrolada de minhas defesas, desembrulhada de mim. Nua. Belamente exposta àquele que, como um montanha intransponível, seria meu homem, para sempre.
Naqueles segundos, que transformo em eternidade, senti dentro de mim um incompreensivo pulsante, vivo, um canto. Cada fração de tempo daquele momento constituía o que eu poderia chamar natureza. Um fenômeno urgente de bem-estar tranqüilo e certeiro. Um acomodar-se na confiança, estar à vontade com o proibido, estar pleno e consciente.
Eu sabia. Ao lado dele eu era livre.
E o canto não interpretado, expandia-se em silêncio. Eu, privada de qualquer intenção de elucidar sentimentos, devorava-o em beijos e juras secretas.
De olhos fechados, decifrava o medo alegre de entender. Tateando sua pele macia, entreguei-me ao silêncio, e de forma oca, compreendi o canto íntimo. Era um pássaro que piava dentro de mim: GRATIDÃO! Com uma voz mansa, me envolvia em notas suaves de presença e paz.
Ah, a gratidão! Que melodia sublime. Como é linda essa canção. Esse som que me ultrapassa e me norteia, me deixa cheia de doçura. É a parte que não tinha.
E como dói morrer em mim a parte que grita e machuca. Meu olhar parado, aflito, cheio de simultaneidade, recorda medos e traumas. Peço perdão desvairado, jogando-me ao chão, desentranhada, cheia de perguntas. Não ouço nada. Sem movimentos, estremeço. Num surto confuso, emudeço. Te evito e te esqueço. Assim, se afastas de mim. E como num temporal, alago-me de lágrimas e ensurdeço em trovoadas. Mas vem o vento, bento. Varre nuvens. Espalha sementes.
Sorrio. E dentro em mim, nasce o sol e canta novamente o pássaro da gratidão. Recolho os restos do orgulho morto. Aceito, com resignação, a revolução que operas dentro de mim. E nesse discurso de Deus e Beleza, choro, agora, lágrimas santas de gratidão!
Gratidão
pelo sol, guia protetor dentro e fora de mim

pelas pernas que andam firmes
pelos olhos que enxergam cores
pelo mar, diante de mim todos os dias
por lábios que saboreiam teus lábios
por meus pais, teus pais, nossos irmãos.
pelos anjos, fadas e pretos velhos protetores
pela cabeça que pensa sonhos
pela mente lúcida e o corpo são
pelas estradas, rodovias e avenidas à escolher
pelo verbo amar como protagonista, e pelo sorrir, como coadjuvante
pela transformação como possibilidade e evolução como meta
Gratidão por nossas bocas que se uniram vorazes, por nossos corpos arrepiados diante do mar, por nosso céu enluarado e por nossas mãos que se encontraram tímidas no decorrer desse um ano!
Gratidão por existir perdão. Por termos fome de sinceridade e sede pela verdade. Por nossos sentimentos caminharem juntos desde o inicio.
Lhe agradeço, meu Rei.
Por estar, compreender e reciclar. Ignorar, quando necessário, Absorver e atentar sempre, não só quando preciso. Agradeço por liderar e ser liderado, falar e escutar, admirar e entender minhas manobras!
Agradeço pela chance, pela conquista, pela leveza e por toda a sabedoria!
Por chegar de mansinho e me surpreender.
Agradeço a simplicidade do nosso amor, a clareza das suas certezas e
Principalmente, agradeço por compormos juntos, em mim, essa linda canção de gratidão!

Tua mulher sabor caramelo, neGALEGA!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Camila,

"Você tem uma natureza de extremos, dada a amores totais e ódios ferozes, e sua fascinação pela vida lhe leva a querer sorvê-la até a última gota, com pouco ou nenhum medo (ou temperança!). Toda esta tendência a extremos, Camila, nasce de um impulso pelas transformações profundas. Você não quer esperar, e sim precipitar as mudanças, radicalizando tudo para que assim aquilo que não presta seja logo catapultado para o lixo... E o que presta seja exaltado ao máximo.

Você é uma pessoa orientada para crises, e sabe lidar com elas... Tanto as suas quanto as dos outros. Sabe muito bem como andar em terreno pedregoso, mas pode se tornar uma pessoa tão viciada em complicações e desafios que simplesmente perde o sentido de como saber andar em chão liso e em situações fáceis. O tempo e a vida lhe ensinam que nem tudo tem que ser uma guerra, e que é possível relaxar, não se armar tanto.

É interessante observar, Camila, que o que muitas vezes está por detrás da famosa "agressividade escorpiana" é uma profunda sensibilidade. A pessoa aprende a atacar para não ser atacada. Mas no fundo o indivíduo escorpiano é um dos mais amorosos e dedicados tipos zodiacais, sendo capaz de sacrificar-se ao máximo por aqueles a quem ama. É dito, inclusive, que a fantasia secreta de Escorpião é dedicar-se ao máximo a alguém ou algo, e sendo este o signo do conhecimento do mistério da morte, há aqui também um total destemor. Se uma pessoa não teme a morte, nada mais pode amedrontá-la.

No positivo, você tem uma qualidade transformadora profunda, e muda tudo aquilo que toca. Ninguém sai de sua vida do jeito que entrou, pois você tem o dom de fazer alquimias, de fazer a lama transbordar, levando as pessoas a encararem suas fraquezas. Exigente consigo e com os outros, seu papel não é o de ser uma pessoa "mansa" e que "agrada". Seu compromisso é com a verdade e com a transformação do mundo. Dotada de uma personalidade magnética e atraente, fascinará os outros e exercerá sobre eles grande dominação. Pode ter um interesse natural pelos mistérios da vida e da morte, a biologia, o yoga, a psicologia e o ocultismo."


Escorpiana. 28/10/87. Em pleno inferno astral!