"Desabrochei a pensar na relação do TEMPO, seja de vida, de espera, de convívio, de sol ou de chuva, com a nossa SENSAÇÃO quanto a ele. No TEMPO que há e que houve sobre nossas cabeças, sob nossos pés; lavando, queimando, amadurecendo e devorando ambos.
Nas horas de ligações telefônicas a derreter cabos e entortar postes; ora no sentido praia, ora em direção à serra.
Nos dias de angústias que devorava pontas de dedos e contorcia o bucho cheio de vento; seja ao desperdício da imaginação em cenas que jamais existiram ou na espera ansiosa em algum canto de qualquer canto para ouvir teu riso, estudar teu olhar e engolir tua carne com as bocas de minhas mãos.
Nos meses que se somam os gozos, abraços, gargalhadas, beijos, juras, sorrisos e tudo o mais só por vaidade, soma-se também, por lealdade, o outro bocado que a gente construiu só com palavras e imenso amor.
Uma caralhada de tempo que foi e que vem, e que é tanto e que é pouco que a gente nem sabe a dimensão e se mensuramos é por capricho. Mas o importante, o que nutre tudo isso e alimenta o entusiasmo e a determinação para que a ampulheta não cesse é a nossa SENSAÇÃO.
É fascinante como, muitas vezes, nos percebemos com um pensamento impulsivamente apaixonado de uma jovem relação, ou ainda o pulsar aceleradamente eufórico, como se o peito cavalgasse forte enquanto as pernas bambeassem a caminhada, só por lhe encontrar e ver o dourado de teus cachos sambarem e o mel de flor de laranjeira em teus olhos lambuzar o meu dia e minha noite.
Surpreende a vividez da lembrança de cada momento vivido e como é tudo tão recente não importando o quanto nossas almas, juntas, caminhem.
Teu Bento"
[2 anos de pura vida ao teu lado, meu Rei. E se mensuramos o tempo é por viver como borboletas que só duram 3 dias no verão. Nosso tempo é outro! Contar os dias ajuda a não se perder no emaranhado de flores que esbaldam cores em nosso jardim-da-vida. Um chêro!
Tua Galega]
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
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