quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Quero tanto lhe falar, mas você em si já é poesia

A vida empoeirada.
A falta de chão.
Alguns gestos a reciclar.
Uma busca cega por um mundo surdo.
Onde eu possa extravasar
Sem ser incomodada
Sem ser questionada.
Palavras perdidas.
Promessas esquecidas.
Sentimentos escusos.
A razão a apodrecer...
Eis que surge em noite enluarada,
debruçado sobre os lençóis da minha solidão,
A perdição em riso solto,
A expressão do meu silêncio,
A exatidão em linhas sinuosas,
A pele que queima, que penetra, que atinge a minha pele.
Seu corpo rima com a voz das estrelas.
Seus olhos emolduram vontades e mistérios.
Seus pés encaixam e completam os meus.
Sua composição é de pura matéria mística.
A voz é macia.
É todo macio.
Confortável.
Aconchegante.
Com simplicidade,
recheia com seus lábios a vontade viva de vida.
Desenha com sua língua o meu desejo.
Toca nas menores e mais sutis partes do meu coração.
E com o corpo
seduz e acalenta.
A cada olhar cria uma zona de proteção ao meu redor.
E com as mãos
fornece energia branda.
A mímica dos seus olhos contam o futuro.
A química dos seus beijos acende meu triunfo.
E isso me vicia.
Me faz larga
Profunda.
O enlaçar de bocas ao som do tom.
O suspiro indeciso.
O passo preciso.
A dúvida latente.
O sabor novidade me inebria com seu cheiro doce
e eu me perco em seus versos soltos.
Eu peço:
Esfregfa, aperta, recorta e cola sua vida nova na minha vida nova.
Eu prometo calar-me se o fizer.
Permanecerei muda
em respeito a grandeza do descobrimento
do reencontro.
Tu és suficiente.
Deixo aqui minhas palavras em vão!
20/09/07

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