"Desabrochei a pensar na relação do TEMPO, seja de vida, de espera, de convívio, de sol ou de chuva, com a nossa SENSAÇÃO quanto a ele. No TEMPO que há e que houve sobre nossas cabeças, sob nossos pés; lavando, queimando, amadurecendo e devorando ambos.
Nas horas de ligações telefônicas a derreter cabos e entortar postes; ora no sentido praia, ora em direção à serra.
Nos dias de angústias que devorava pontas de dedos e contorcia o bucho cheio de vento; seja ao desperdício da imaginação em cenas que jamais existiram ou na espera ansiosa em algum canto de qualquer canto para ouvir teu riso, estudar teu olhar e engolir tua carne com as bocas de minhas mãos.
Nos meses que se somam os gozos, abraços, gargalhadas, beijos, juras, sorrisos e tudo o mais só por vaidade, soma-se também, por lealdade, o outro bocado que a gente construiu só com palavras e imenso amor.
Uma caralhada de tempo que foi e que vem, e que é tanto e que é pouco que a gente nem sabe a dimensão e se mensuramos é por capricho. Mas o importante, o que nutre tudo isso e alimenta o entusiasmo e a determinação para que a ampulheta não cesse é a nossa SENSAÇÃO.
É fascinante como, muitas vezes, nos percebemos com um pensamento impulsivamente apaixonado de uma jovem relação, ou ainda o pulsar aceleradamente eufórico, como se o peito cavalgasse forte enquanto as pernas bambeassem a caminhada, só por lhe encontrar e ver o dourado de teus cachos sambarem e o mel de flor de laranjeira em teus olhos lambuzar o meu dia e minha noite.
Surpreende a vividez da lembrança de cada momento vivido e como é tudo tão recente não importando o quanto nossas almas, juntas, caminhem.
Teu Bento"
[2 anos de pura vida ao teu lado, meu Rei. E se mensuramos o tempo é por viver como borboletas que só duram 3 dias no verão. Nosso tempo é outro! Contar os dias ajuda a não se perder no emaranhado de flores que esbaldam cores em nosso jardim-da-vida. Um chêro!
Tua Galega]
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Um Telegrama
[Foram 20 minutos só para tomar conhecimento do ocorrido.
Tive que esfregar os olhos após reconhecer o remetente.
Senti a pulsação da veia no meu pescoço, as lágrimas secas nos meus olhos e o bater esperançoso do coração.
De repente lembrei-me que tinha um corpo: imóvel, plasmado, espinhento e eriçado! Até abrir o envelope caminhei devagar até o hall do prédio.
Destaquei lentamente as partes coladas enquanto o elevador esperava ansioso por meu comando.
Apertei o 2.
Subi.
“chegou, sorriu, venceu depois chorou”.
Reli a primeira frase tentando dar a mim mesma aquilo que estava recebendo.
Como num ato de merecimento.
Mas não podia.
A culpa era como um beijo no rosto morto.
Gelada!
E me possuía inteira, viva, cruel!
Estava tudo ali.
Escrito.
Um telegrama pra consolar a tristeza!
Mais importante que o texto é o fato.
E eu já conhecia-o de tempos atrás.
“bom é mesmo amar em paz”
Mas sou fraca, dúbia.
Há uma charlatã dentro de mim, embora eu fale a verdade.
Eu sinto tanta pulsação, tanta gravidade.
Como me dói controlar os impulsos, ser amena, leve, esquecida!
Fiz o que era mais urgente: uma prece.
E descobri que só através do sofrimento se encontra a felicidade.
Tenho medo de mim pois estou sempre apta a sofrer.
Às vezes tão fortuitamente!
Gratuitamente!– Mas há de se considerar que a vida se faz tímida para os apaixonados, não perdoando os trechos confusos, os protestos orgânicos e o brado alto e estridente da dor!
Felicidade reverbera dentro de mim, é emanação minha.
Sofrer é inevitável!
Fui trêmula ao encontro de mim!
O verbo já não era meu.
Transcendi e me permiti amar.
Se eu não me amar estarei perdida – "porque ninguém me ama a ponto de ser eu."
Nem mesmo ele! Sabedoria de Clarice.
Não quero viver-te como se a morte já nos tivesse separado. Quero a espontaneidade de uma flor que permanece aberta mesmo nos interstícios da escuridão!
Peço perdão pelo equívoco]
NAMASTÊ
Tive que esfregar os olhos após reconhecer o remetente.
Senti a pulsação da veia no meu pescoço, as lágrimas secas nos meus olhos e o bater esperançoso do coração.
De repente lembrei-me que tinha um corpo: imóvel, plasmado, espinhento e eriçado! Até abrir o envelope caminhei devagar até o hall do prédio.
Destaquei lentamente as partes coladas enquanto o elevador esperava ansioso por meu comando.
Apertei o 2.
Subi.
“chegou, sorriu, venceu depois chorou”.
Reli a primeira frase tentando dar a mim mesma aquilo que estava recebendo.
Como num ato de merecimento.
Mas não podia.
A culpa era como um beijo no rosto morto.
Gelada!
E me possuía inteira, viva, cruel!
Estava tudo ali.
Escrito.
Um telegrama pra consolar a tristeza!
Mais importante que o texto é o fato.
E eu já conhecia-o de tempos atrás.
“bom é mesmo amar em paz”
Mas sou fraca, dúbia.
Há uma charlatã dentro de mim, embora eu fale a verdade.
Eu sinto tanta pulsação, tanta gravidade.
Como me dói controlar os impulsos, ser amena, leve, esquecida!
Fiz o que era mais urgente: uma prece.
E descobri que só através do sofrimento se encontra a felicidade.
Tenho medo de mim pois estou sempre apta a sofrer.
Às vezes tão fortuitamente!
Gratuitamente!– Mas há de se considerar que a vida se faz tímida para os apaixonados, não perdoando os trechos confusos, os protestos orgânicos e o brado alto e estridente da dor!
Felicidade reverbera dentro de mim, é emanação minha.
Sofrer é inevitável!
Fui trêmula ao encontro de mim!
O verbo já não era meu.
Transcendi e me permiti amar.
Se eu não me amar estarei perdida – "porque ninguém me ama a ponto de ser eu."
Nem mesmo ele! Sabedoria de Clarice.
Não quero viver-te como se a morte já nos tivesse separado. Quero a espontaneidade de uma flor que permanece aberta mesmo nos interstícios da escuridão!
Peço perdão pelo equívoco]
NAMASTÊ
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Desventuras e Pás furadas
No filme "O fabuloso Destino de Amélie Poulain", há uma cena em que o telefone toca e quando o personagem Dominique Brotodeau entra na cabine telefônica, ele pára de tocar. Brotodeau encontra sua caixa de tesouros da infância colocada ali, propositalmente, pela protagonista Amélie Poulain. Emocionado, sente que a vida está chamando por ele. A metáfora da cabine telefônica que toca, toca , chamando-o para uma nova visão dos fatos que compõe a sua história, através da nostalgia de reviver passado, muda a perspectiva do personagem, que repensa a própria trajetória e decide mudar suas atitudes antes que seja tarde demais.
Hoje, algo parecido me ocorreu.
Nestes quase quatro anos de UNIFESP, acumulei tantas frustrações, decepções e engodos que acabei me tornando, academicamente, uma velha corcunda e reumática. Ao pisar na faculdade, automaticamente, perco a saúde e envelheço 40 anos. O sorriso seca e a graça se perde. Fico apática e caminho na inércia de meus passos. Simplesmente perdi a alegria do estar, permanecer e compartilhar desse mágico mundo universitário. Minha identidade de estudante, fica na carteira, mofada, esperando o horário do cinema. Não há animo para participar das oficinas do laboratório de sensibilidades, que em outras épocas tanto me encantava. Não há mais candura ao sentar nos bancos, de frente pro mar, e ler um texto inebriada de sol e maresia, nem orgulho ao percorrer os espaços e reconhecer-me como operária intelectual de uma universidade em construção. Morreu em mim a Cabela de tantas festas, das aulas de yoga para universitários, dos papos-cabeça de corredor, de escada, de elevador. Eu não vivo mais as possibilidades do meu campus, nem as potencialidades da minha irracionalidade psico-lógica. Cansei de procurar identificação e sintonia em rostos desfigurados pelo cansaço, mal-estar e sofrimento institucional.
Não há mais espaço em mim para aturar e acumular visões diárias de desumanidade, doença, desequilíbrio e hipocrisia. Meu mundo não cabe nestas salas úmidas e céticas, minhas palavras não servem na boca agnóstica e parasita da Universidade Federal de São Paulo.
Maaaaaaaaas,
hoje foi diferente! Em cada slide da aula, uma obra de Frida Kahlo. No intervalo, Yann Tiersen decorava o salão principal me lembrando as cenas de meu filme preferido. Era a universidade, tocando, tocando e tentando me chamar a atenção, através de minha arte favorita, para me dizer que há sincronicidade mesmo no caos. Que cursar psicologia na UNIFESP TAMBÉM era parte do plano existencial de evolução.
E veio o insight: a UNIFESP é meu grande teste de resistência. Depois de concluí-lo, estarei mais forte e preparada para levar minha filosofia à lugares de absoluta escuridão, inacessível à crença no espírito humano e na metafísica ontológica.
NAMASTÊ
Hoje, algo parecido me ocorreu.
Nestes quase quatro anos de UNIFESP, acumulei tantas frustrações, decepções e engodos que acabei me tornando, academicamente, uma velha corcunda e reumática. Ao pisar na faculdade, automaticamente, perco a saúde e envelheço 40 anos. O sorriso seca e a graça se perde. Fico apática e caminho na inércia de meus passos. Simplesmente perdi a alegria do estar, permanecer e compartilhar desse mágico mundo universitário. Minha identidade de estudante, fica na carteira, mofada, esperando o horário do cinema. Não há animo para participar das oficinas do laboratório de sensibilidades, que em outras épocas tanto me encantava. Não há mais candura ao sentar nos bancos, de frente pro mar, e ler um texto inebriada de sol e maresia, nem orgulho ao percorrer os espaços e reconhecer-me como operária intelectual de uma universidade em construção. Morreu em mim a Cabela de tantas festas, das aulas de yoga para universitários, dos papos-cabeça de corredor, de escada, de elevador. Eu não vivo mais as possibilidades do meu campus, nem as potencialidades da minha irracionalidade psico-lógica. Cansei de procurar identificação e sintonia em rostos desfigurados pelo cansaço, mal-estar e sofrimento institucional.
Não há mais espaço em mim para aturar e acumular visões diárias de desumanidade, doença, desequilíbrio e hipocrisia. Meu mundo não cabe nestas salas úmidas e céticas, minhas palavras não servem na boca agnóstica e parasita da Universidade Federal de São Paulo.
Maaaaaaaaas,
hoje foi diferente! Em cada slide da aula, uma obra de Frida Kahlo. No intervalo, Yann Tiersen decorava o salão principal me lembrando as cenas de meu filme preferido. Era a universidade, tocando, tocando e tentando me chamar a atenção, através de minha arte favorita, para me dizer que há sincronicidade mesmo no caos. Que cursar psicologia na UNIFESP TAMBÉM era parte do plano existencial de evolução.
E veio o insight: a UNIFESP é meu grande teste de resistência. Depois de concluí-lo, estarei mais forte e preparada para levar minha filosofia à lugares de absoluta escuridão, inacessível à crença no espírito humano e na metafísica ontológica.
NAMASTÊ
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
o caderno
...
Minhas mãos teceram este teu presente com total aval de meu amor interior, resignado a oferecer-te mais uma arte pura e manifesta. Minhas mãos teceram teu caderno sem pedir permissão à consciência e à métrica do tempo com seus mitos e cronologias. Não planejei!
Simplesmente você estava voando em minha cabeça como aquela sensação de sonho amanhecido, sabe? Quando as imagens são vagas mas o sentimento é forte e voraz!
Lembrei-me das fotos tiradas no parque no último inverno, os dias em são Paulo, repletos de filmes, cobertas e beijos molhados de chá camomila. O vento, as velas, as flores. (só mesmo tu pra me desinvernar!)
E então descobri o propósito daquele presente, a verdadeira razão pra todos os presentes já feitos, comprados, encomendados, preparados e enfeitados... TORNAR PERTO O QUE PARECE DISTANTE. A distância se determina de acordo com a intensidade de nossa saudade, sei que estamos juntos, mas a tua falta é extensa e profunda, então crio truques pra te levar bem pertinho sempre.
Eu te agradeço a festa que faz em mim com teu sorriso, abraço e amor.
Te amo de amor verdadeiro, pleno, seguro e sereno!
Minhas mãos teceram este teu presente com total aval de meu amor interior, resignado a oferecer-te mais uma arte pura e manifesta. Minhas mãos teceram teu caderno sem pedir permissão à consciência e à métrica do tempo com seus mitos e cronologias. Não planejei!
Simplesmente você estava voando em minha cabeça como aquela sensação de sonho amanhecido, sabe? Quando as imagens são vagas mas o sentimento é forte e voraz!
Lembrei-me das fotos tiradas no parque no último inverno, os dias em são Paulo, repletos de filmes, cobertas e beijos molhados de chá camomila. O vento, as velas, as flores. (só mesmo tu pra me desinvernar!)
E então descobri o propósito daquele presente, a verdadeira razão pra todos os presentes já feitos, comprados, encomendados, preparados e enfeitados... TORNAR PERTO O QUE PARECE DISTANTE. A distância se determina de acordo com a intensidade de nossa saudade, sei que estamos juntos, mas a tua falta é extensa e profunda, então crio truques pra te levar bem pertinho sempre.
Eu te agradeço a festa que faz em mim com teu sorriso, abraço e amor.
Te amo de amor verdadeiro, pleno, seguro e sereno!
quarta-feira, 16 de junho de 2010
-"...Como um mutante, no fundo sempre sozinho, seguindo o meu caminho.. Ai de mim que sou romântica!"
-"Coitado!
Trancafiado pela boca desajeitada e desequilibrado pela censura de sua insegurança, segue rastejante o meu eu-romântico, arrastado apenas e vigorosamente pelo AMOR MAIOR que tenho/sinto/sou por ti.”
Bento-Poeta
Trancafiado pela boca desajeitada e desequilibrado pela censura de sua insegurança, segue rastejante o meu eu-romântico, arrastado apenas e vigorosamente pelo AMOR MAIOR que tenho/sinto/sou por ti.”
Bento-Poeta
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Escute, Zé-Ninguém
Por que não falar sobre o meu sofrimento psíquico, denunciando a fragilidade, as contradições e, muitas vezes, a falência do sistema educacional? Deve ser tomado aqui, como expressão de um conflito vivido por mim, situações que denunciam um mal-estar mais profundo e abrangente. Representante do saber, a universidade veste a carapaça e se auto-rotula como espaço de construção objetiva, ordem, estudo, progresso, aprendizagem e liberdade. Porém, no dia a dia, sofremos constantes opressões de professores fascistas, massacres intelectivos, excesso de carga horária e limitações quanto a novas possibilidades dentro e fora do perímetro acadêmico. Mas o problema é que o mal-estar, o conflito, a desordem e o desequilíbrio são negados pela instituição, tratados sempre como movimentos invisíveis. Estamos tão institucionalizados que é difícil manifestar nossa revolta, gritar nosso desespero, reivindicar nosso direito à preguiça, nossas necessidades intimas, nosso não-querer-ser o Zé-Ninguém de Reich.
Costuma dizer o filósofo: “O estudo é a chave do mundo”! Ah é? Se for nestas condições, quero permanecer trancada no meu mundo colorido, onde eu corro com os pés no chão, tenho noites de sono bem dormidas, almoço devagar e com dignidade, vejo meus amigos, vou ao cinema, escolho minha leitura, crio, planto, pinto, amo, voou. A universidade tem me acentuado a desesperança e o vazio. Minha voz não é escutada, minha dor, despercebida. E a saúde? Oferecer vacinas contra H1N1? Não! Muito obrigada. Saúde pra mim é outra coisa. Harmonia, equilíbrio, meditação, tranquilidade. Entrar no mar, tomar sol, pedalar e comer bem me garantem vitamina D suficiente para manter um sistema imunológico sadio, sem a necessidade de injetar doença pra proteger-me. Eu quero espaço, corredores, janelas. Eu quero o sol batendo no rosto. Salas arejadas, discussões em rodas, avaliações flexíveis. Pensar em integração multidisciplinar na minha profissão? Como? Se os exemplos que tenho hoje são de professores que comportam-se egoisticamente, cobrando provas, trabalhos, resenhas e chamadas como se sua aula fosse a única, a mais importante, a essencialmente PERFEITA.
É imprescindível atentar para o lugar do desejo dos alunos e em que medida os saberes produzidos e as relações tecidas mediadas por esse desejo constituem fonte de prazer e/ou desprazer. É preciso problematizar o papel da Universidade e dos esvaziamentos de suas promessas de felicidade e sucesso a partir da conquista do diploma. Acima de tudo, porém, é preciso que as relações no espaço acadêmico sejam de construção de sentido que humanizem e sirvam de alimento para o pensamento e não de inanição.
NAMASTÊ
Costuma dizer o filósofo: “O estudo é a chave do mundo”! Ah é? Se for nestas condições, quero permanecer trancada no meu mundo colorido, onde eu corro com os pés no chão, tenho noites de sono bem dormidas, almoço devagar e com dignidade, vejo meus amigos, vou ao cinema, escolho minha leitura, crio, planto, pinto, amo, voou. A universidade tem me acentuado a desesperança e o vazio. Minha voz não é escutada, minha dor, despercebida. E a saúde? Oferecer vacinas contra H1N1? Não! Muito obrigada. Saúde pra mim é outra coisa. Harmonia, equilíbrio, meditação, tranquilidade. Entrar no mar, tomar sol, pedalar e comer bem me garantem vitamina D suficiente para manter um sistema imunológico sadio, sem a necessidade de injetar doença pra proteger-me. Eu quero espaço, corredores, janelas. Eu quero o sol batendo no rosto. Salas arejadas, discussões em rodas, avaliações flexíveis. Pensar em integração multidisciplinar na minha profissão? Como? Se os exemplos que tenho hoje são de professores que comportam-se egoisticamente, cobrando provas, trabalhos, resenhas e chamadas como se sua aula fosse a única, a mais importante, a essencialmente PERFEITA.
É imprescindível atentar para o lugar do desejo dos alunos e em que medida os saberes produzidos e as relações tecidas mediadas por esse desejo constituem fonte de prazer e/ou desprazer. É preciso problematizar o papel da Universidade e dos esvaziamentos de suas promessas de felicidade e sucesso a partir da conquista do diploma. Acima de tudo, porém, é preciso que as relações no espaço acadêmico sejam de construção de sentido que humanizem e sirvam de alimento para o pensamento e não de inanição.
NAMASTÊ
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Dependência Artística
O homem sempre quererá ser mais do que é, sempre se voltará contra as limitações da sua natureza, sempre lutará pela imortalidade. Se alguma vez se desvanecesse o anseio de tudo conhecer e tudo poder, o homem já não seria mais homem. Assim, ele sempre necessitará da ciência, para desvendar todos os possíveis segredos da natureza e dominá-la. E sempre necessitará da arte para se familiarizar com a sua própria vida e com aquela parte do real que sua imaginação lhe diz ainda não ter sido devassada!
Sendo morta e, por conseguinte, imperfeito, o homem sempre se verá como parte de uma realidade infinita que o circunda e sempre se achará em luta contra ela. Volta e meia defrontará com a contradição constituída pela fato de ser ele um “Eu” LIMITADO e, ao mesmo tempo, fazer parte de um todo ILIMITADO.
Toda arte se liga a essa identificação, a essa capacidade infinita do homem se metamorfosear. Ele pode assumir qualquer forma e viver mil vidas diferentes sem se destruir pela multiplicidade da sua experiência.
Aqueles que, entre nós, se limitam a consumir a arte como entretenimento não correm semelhante risco: porém nosso “Eu” limitado sofre uma ampliação maravilhosa pela experiência de uma obra de arte. Realiza-se dentro de nós um processo de identificação, de modo que podemos sentir, quase sem esforço, que não somos meras testemunhas da criação, que somos um pouco também, criadores daquelas obras que estendem os nossos horizontes e nos elevam acima da superfície a que estamos pegados.
ENQUANTO A PRÓPRIA HUMANIDADE NÃO MORRER, A ARTE NÃO MORRERÁ!
Namastê
Sendo morta e, por conseguinte, imperfeito, o homem sempre se verá como parte de uma realidade infinita que o circunda e sempre se achará em luta contra ela. Volta e meia defrontará com a contradição constituída pela fato de ser ele um “Eu” LIMITADO e, ao mesmo tempo, fazer parte de um todo ILIMITADO.
Toda arte se liga a essa identificação, a essa capacidade infinita do homem se metamorfosear. Ele pode assumir qualquer forma e viver mil vidas diferentes sem se destruir pela multiplicidade da sua experiência.
Aqueles que, entre nós, se limitam a consumir a arte como entretenimento não correm semelhante risco: porém nosso “Eu” limitado sofre uma ampliação maravilhosa pela experiência de uma obra de arte. Realiza-se dentro de nós um processo de identificação, de modo que podemos sentir, quase sem esforço, que não somos meras testemunhas da criação, que somos um pouco também, criadores daquelas obras que estendem os nossos horizontes e nos elevam acima da superfície a que estamos pegados.
ENQUANTO A PRÓPRIA HUMANIDADE NÃO MORRER, A ARTE NÃO MORRERÁ!
Namastê
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Em apelo...
"Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A décima (está indo longe) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.
Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 10 é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterossexuais. O BBB 10 é a realidade em busca do IBOPE.
Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 10. Ele prometeu um “zoológico humano divertido”. Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.
Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os “animais” do “zoológico”: o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a “não sou piranha mas não sou santa”, o modelo Mr. Maringá, a lésbica convicta, a
DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM que gosta de apanhar (essa é para acabar!!!).
Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores) , carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados. .
Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia.
Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.
Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).
Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.
O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino
de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!
Veja o que está por de tra$$$$$$$$$ $$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?
(Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores)
Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.
Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade"
Luiz Fernando Veríssimo
Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 10 é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterossexuais. O BBB 10 é a realidade em busca do IBOPE.
Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 10. Ele prometeu um “zoológico humano divertido”. Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.
Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os “animais” do “zoológico”: o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a “não sou piranha mas não sou santa”, o modelo Mr. Maringá, a lésbica convicta, a
DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM que gosta de apanhar (essa é para acabar!!!).
Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores) , carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados. .
Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia.
Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.
Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).
Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.
O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino
de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!
Veja o que está por de tra$$$$$$$$$ $$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?
(Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores)
Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.
Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade"
Luiz Fernando Veríssimo
quarta-feira, 31 de março de 2010
Sobretudo, sobreamor!
Às vezes é difícil dar o inteiro de nós. Sigo na busca inexorável do amor-liberto e do auto-conhecimento para evoluir e entregar-te o melhor. Aceite, por hora, os melhores pedaços de mim e perdoe-me os buracos e falhas.
Nesta páscoa, uma parte minha morre e o TODO renasce novo-inteiro-moço!
Sou a mais nova-apaixonada-entregue mulher da tua vida. Sinta a arte que transpassa, transborda-pinta-desenha; é o meu pincel no teu coração! Tinta perene escorrendo romance, sexo, risos, GRATIDÃO!
Tua mulher sorri em teu nome
Nesta páscoa, uma parte minha morre e o TODO renasce novo-inteiro-moço!
Sou a mais nova-apaixonada-entregue mulher da tua vida. Sinta a arte que transpassa, transborda-pinta-desenha; é o meu pincel no teu coração! Tinta perene escorrendo romance, sexo, risos, GRATIDÃO!
Tua mulher sorri em teu nome
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Toda vida é uma missão secreta
[...Eu, num contrário totalmente avesso, falo alto, falo rápido, e não engasgo. É a tentativa de entregar-te o que vivo. Numa organização simultânea de mim e de nós. Eu não quero possuir o que vivo. A liberdade está em ir vivendo o que for sendo. Ir falando nos beijos e dengos, nos sopros e apertos que também enlaço e refaço-me aos pôres e amores contigo!
E quando falta o sentido do anônimo, do sinônimo, do antônimo, é quando tenho absoluta certeza de que há mais sentido em nós, nos risos e nos sossegos, do que em qualquer tentativa de traduzir as mãos grossas, cheias de palavras.
Já aprendera que tudo que parece estático, move-se. E o que é pequeno hoje, vive no limite do abismo do IMENSO de amanhã. E às vezes percebemos, no instante humano, o que só fará sentido mais tarde. Algo de natureza banal e despercebida fará num futuro contíguo o desvelar de sentido secreto de tudo aquilo que eu já vivera antes. Só depois de ver o segredo, reconhecerei que já o vira antes - mas não o notara. Não foi preciso. Nós só possuímos o que fatalmente nos basta. Assim, as percepções se fazem necessárias na medida de nossas carências extraídas. A revelação do amor é a revelação de algumas carências. E o contentar-se com o que vejo é a fé num sentido maior que, muitas vezes, só irei perceber amanhã. Atingido este grau de entendimento, o mundo independe de mim. Tudo o que sintetizara até então perde-se na simplicidade do ir vivendo o que for sendo, sem a necessidade se aclamar cada passo dado em direção ao amor. As coisas podem acontecer paralelas a nós, com ou sem sentido, e eu posso te amar tranqüila, te vivendo aos poucos, deitada na rede, entregue e em paz. ]
E quando falta o sentido do anônimo, do sinônimo, do antônimo, é quando tenho absoluta certeza de que há mais sentido em nós, nos risos e nos sossegos, do que em qualquer tentativa de traduzir as mãos grossas, cheias de palavras.
Já aprendera que tudo que parece estático, move-se. E o que é pequeno hoje, vive no limite do abismo do IMENSO de amanhã. E às vezes percebemos, no instante humano, o que só fará sentido mais tarde. Algo de natureza banal e despercebida fará num futuro contíguo o desvelar de sentido secreto de tudo aquilo que eu já vivera antes. Só depois de ver o segredo, reconhecerei que já o vira antes - mas não o notara. Não foi preciso. Nós só possuímos o que fatalmente nos basta. Assim, as percepções se fazem necessárias na medida de nossas carências extraídas. A revelação do amor é a revelação de algumas carências. E o contentar-se com o que vejo é a fé num sentido maior que, muitas vezes, só irei perceber amanhã. Atingido este grau de entendimento, o mundo independe de mim. Tudo o que sintetizara até então perde-se na simplicidade do ir vivendo o que for sendo, sem a necessidade se aclamar cada passo dado em direção ao amor. As coisas podem acontecer paralelas a nós, com ou sem sentido, e eu posso te amar tranqüila, te vivendo aos poucos, deitada na rede, entregue e em paz. ]
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