terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Três vezes dor.

Custou-me sofrer triplamente para compreender as desventuras da traição. Eu nunca teria chegado a conhecê-la se nao a tivesse praticado e se não me tivesse tornado vítima de minha própria prática.

Assim, a traição se fez íntima pois eu a observei, eu a pratiquei, eu a sofri. E com um conhecimento fatigado, com uma suposta sabedoria imposta pela vida, suplico:

Permaneces tu, fiel a ti.
Que permaneço aqui, fiel a mim.

Namastê

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O Homem e a Mangueira!

Sabe Homem, hoje eu fiquei pensando em como o mundo ficou diferente depois de você. Como um quintal, que não é o mesmo depois que se planta, e cresce a mangueira. Tudo fica mais gostoso. Porque tem manga! E dá pra pendurar um balanço, fazer pic-nic, dá pra deitar depois do almoço e cochilar na sombra, subir nos galhos, procurar ninhos, passarinhos, até fazer amizade com o vizinho.

O que quero dizer é que o mundo é mais harmônico com a tua vida vivendo amor. O universo agradece tua mão mágica que planta. E eu, como tua Mulher, valorizo as sementes que plantou em mim.

Hoje eu pensei em detalhes doces, curiosos. Detalhes-frutos das sementes em mim.Saborosos, feito Manga Rosa. Como quando estamos rodeados de amigos, parentes, ou em um lugar público, e do nada você me olha. Observa com candura meus traços. Pega na minha mão com amor, me dá um beijo no pescoço e faz arrepiar a alma de satisfação e tranqüilidade. Quanta serenidade em estar ao teu lado, Homem. Quanta segurança!!! Quando estamos andando na praia, como dois velhos amigos, os braços soltos, as mãos vazias, e de repente você enlaça meu corpo no teu, e numa bocada me devora em meio ao caos santista. Ou quando vamos ao cinema e minhas lágrimas viram tua preocupação. Você recosta a cabeça no meu ombro e começa a dizer com o coração: “lhe tenho amor, lhe tenho muito amor.”

Ah esse teu beijo sabor pêssego! Essa boca macia com gosto de vida madura. Esse cheiro verde de esperança que impregna e lambuza. Ah esse som de sim! Que me faz ouvir esta orquestra maravilhosa dentro de mim: AMOR! Ah esse medo do irreparável. Me testa, me move.

Estou molhada como a chuva, completamente jogada aos pés de Deus.
Estar ao teu lado, é, cada dia mais, um deleite. Tua capacidade eloqüente de abarcar todo o meu ser num único e esplêndido sorriso é o brilho mais forte da tua existência em mim.

GRATIDÃO!

Namastê

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Onde?

...e quando te perguntares por onde andas teu amor,
em que vales, em que montanhas,
em que ruas, alamedas,
Tu abrirás bem os olhos e num sorriso responderá:
-Ah! meu amor, meu paraíso, no infinito ela está. entre ondas e luares, entre navios, à beira-mar.
Tatuada no céu da boca feito estrela cadente,
Tecida na minha pele rendada de calor,
no meu verso, no meu silêncio,
no pássaro contente que pia, no sol, nas crianças,
no adeus,
e no bom dia.

NAMASTÊ

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Você respira, ela cria!

Arte faminta, contemporânea, cirandeira. De uma simetria generosa, que trans borda a tinta derramada, linhas irreverentes que transitam cores sobre tudo e, sobretudo: pincel na boca, traços nas mãos, cores no coração!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

A saudade é a pausa entre as canções!

domingo, 18 de outubro de 2009

Um relato de gratidão

De todos os momentos de intimidade perfeita, aquele sob céu chuvoso no sábado á noite foi o de maior ternura e exatidão. Tínhamos saído do cinema, comovidos, unidos, restritos.
Após um gole d’água distraído, algo inexprimível invadiu subitamente meu coração. Num impulso de vida, exclamei : -Sou completamente apaixonada por você! E num abraço de amor puro, nos encaixamos protegidos da vida e de suas intempéries. Dentro daquele abraço, renasceram as formas de amar e receber, de doar e permanecer.
Olhando para seus olhos mareados, me vi menina, moça ,mulher .. Assisti à meu próprio desabrochar em flor. Me vi desenrolada de minhas defesas, desembrulhada de mim. Nua. Belamente exposta àquele que, como um montanha intransponível, seria meu homem, para sempre.
Naqueles segundos, que transformo em eternidade, senti dentro de mim um incompreensivo pulsante, vivo, um canto. Cada fração de tempo daquele momento constituía o que eu poderia chamar natureza. Um fenômeno urgente de bem-estar tranqüilo e certeiro. Um acomodar-se na confiança, estar à vontade com o proibido, estar pleno e consciente.
Eu sabia. Ao lado dele eu era livre.
E o canto não interpretado, expandia-se em silêncio. Eu, privada de qualquer intenção de elucidar sentimentos, devorava-o em beijos e juras secretas.
De olhos fechados, decifrava o medo alegre de entender. Tateando sua pele macia, entreguei-me ao silêncio, e de forma oca, compreendi o canto íntimo. Era um pássaro que piava dentro de mim: GRATIDÃO! Com uma voz mansa, me envolvia em notas suaves de presença e paz.
Ah, a gratidão! Que melodia sublime. Como é linda essa canção. Esse som que me ultrapassa e me norteia, me deixa cheia de doçura. É a parte que não tinha.
E como dói morrer em mim a parte que grita e machuca. Meu olhar parado, aflito, cheio de simultaneidade, recorda medos e traumas. Peço perdão desvairado, jogando-me ao chão, desentranhada, cheia de perguntas. Não ouço nada. Sem movimentos, estremeço. Num surto confuso, emudeço. Te evito e te esqueço. Assim, se afastas de mim. E como num temporal, alago-me de lágrimas e ensurdeço em trovoadas. Mas vem o vento, bento. Varre nuvens. Espalha sementes.
Sorrio. E dentro em mim, nasce o sol e canta novamente o pássaro da gratidão. Recolho os restos do orgulho morto. Aceito, com resignação, a revolução que operas dentro de mim. E nesse discurso de Deus e Beleza, choro, agora, lágrimas santas de gratidão!
Gratidão
pelo sol, guia protetor dentro e fora de mim

pelas pernas que andam firmes
pelos olhos que enxergam cores
pelo mar, diante de mim todos os dias
por lábios que saboreiam teus lábios
por meus pais, teus pais, nossos irmãos.
pelos anjos, fadas e pretos velhos protetores
pela cabeça que pensa sonhos
pela mente lúcida e o corpo são
pelas estradas, rodovias e avenidas à escolher
pelo verbo amar como protagonista, e pelo sorrir, como coadjuvante
pela transformação como possibilidade e evolução como meta
Gratidão por nossas bocas que se uniram vorazes, por nossos corpos arrepiados diante do mar, por nosso céu enluarado e por nossas mãos que se encontraram tímidas no decorrer desse um ano!
Gratidão por existir perdão. Por termos fome de sinceridade e sede pela verdade. Por nossos sentimentos caminharem juntos desde o inicio.
Lhe agradeço, meu Rei.
Por estar, compreender e reciclar. Ignorar, quando necessário, Absorver e atentar sempre, não só quando preciso. Agradeço por liderar e ser liderado, falar e escutar, admirar e entender minhas manobras!
Agradeço pela chance, pela conquista, pela leveza e por toda a sabedoria!
Por chegar de mansinho e me surpreender.
Agradeço a simplicidade do nosso amor, a clareza das suas certezas e
Principalmente, agradeço por compormos juntos, em mim, essa linda canção de gratidão!

Tua mulher sabor caramelo, neGALEGA!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Camila,

"Você tem uma natureza de extremos, dada a amores totais e ódios ferozes, e sua fascinação pela vida lhe leva a querer sorvê-la até a última gota, com pouco ou nenhum medo (ou temperança!). Toda esta tendência a extremos, Camila, nasce de um impulso pelas transformações profundas. Você não quer esperar, e sim precipitar as mudanças, radicalizando tudo para que assim aquilo que não presta seja logo catapultado para o lixo... E o que presta seja exaltado ao máximo.

Você é uma pessoa orientada para crises, e sabe lidar com elas... Tanto as suas quanto as dos outros. Sabe muito bem como andar em terreno pedregoso, mas pode se tornar uma pessoa tão viciada em complicações e desafios que simplesmente perde o sentido de como saber andar em chão liso e em situações fáceis. O tempo e a vida lhe ensinam que nem tudo tem que ser uma guerra, e que é possível relaxar, não se armar tanto.

É interessante observar, Camila, que o que muitas vezes está por detrás da famosa "agressividade escorpiana" é uma profunda sensibilidade. A pessoa aprende a atacar para não ser atacada. Mas no fundo o indivíduo escorpiano é um dos mais amorosos e dedicados tipos zodiacais, sendo capaz de sacrificar-se ao máximo por aqueles a quem ama. É dito, inclusive, que a fantasia secreta de Escorpião é dedicar-se ao máximo a alguém ou algo, e sendo este o signo do conhecimento do mistério da morte, há aqui também um total destemor. Se uma pessoa não teme a morte, nada mais pode amedrontá-la.

No positivo, você tem uma qualidade transformadora profunda, e muda tudo aquilo que toca. Ninguém sai de sua vida do jeito que entrou, pois você tem o dom de fazer alquimias, de fazer a lama transbordar, levando as pessoas a encararem suas fraquezas. Exigente consigo e com os outros, seu papel não é o de ser uma pessoa "mansa" e que "agrada". Seu compromisso é com a verdade e com a transformação do mundo. Dotada de uma personalidade magnética e atraente, fascinará os outros e exercerá sobre eles grande dominação. Pode ter um interesse natural pelos mistérios da vida e da morte, a biologia, o yoga, a psicologia e o ocultismo."


Escorpiana. 28/10/87. Em pleno inferno astral!

sábado, 29 de agosto de 2009

Amor de Maricota

Aura pura de boneca.
Cabelos lambuzados com o mais doce mel.
Saia de chita e flor de crochê.
Olhos de amora madura.
Enfeites no pescoço e couro no pé
Pele macia como lençol de algodão
É moça menina na ciranda de som.

É melodia dos pássaros
E quente como o sertão
Intensa como a caieira.
E forte como o trovão.
Trovão que assim como Maricota, divide o céu e a terra!!!

Um chão rasgado para dançá!
Laços e fitas sempre a voá!
Uma paixão usada que pode enjoá.

Maricota quer um Nêgo pra gostá!
Com gingado no pé e inocência na alma.
Um cangote pra cherá.
Um olhar que batuque o seu coração.
E alguns cachos pra enrolá.
Ah, e tem que ser carregado no tempero!!!
Tem que ter o gosto da terra e a cor do pecado.

Essa Maricota só pensa em namorá.
Só sonha em beijá nessa geografia solitária de pedras quentes.
Quer um parceiro pra seguir nessa vereda de flores mutantes.
Quer poesia a toda hora.
Lágrimas de alegria: água pura todo dia, pra lavá a secura do seu coração.

Não é pra menos.
Nesse lugar de mente só e corpo fraco.
A saída é ter alguém pra bater um papo.
Um ouvido pra ouvir sua tristezas
Um alguém que faça tranças e caretas.
E deite na rede, pra contar estrelas e ver o sol nascer.
Nesse mundo de solidão, a Maricota só quer o ganha pão.
O alimento que dá forças pra viver.
A energia pra superar a dor.
A Maricota só quer saber o que é amor.

NAMASTÊ

sábado, 25 de julho de 2009

Balança..

Um balanço.
Mal amarrado em uma árvore qualquer.
Colocado no jardim ao acaso.
O cenário perfeito para balançar meu coração novamente.
Uma simples conversa e um riso, com você já é paraíso.
Paraíso, para isso.
Para que entendas.
Pra isso te trouxe de novo à vida,
À minha vida.
Folhas que se desprendem das árvores, páginas arrancadas dentro de mim
Um abismo entre nós.
Um lago atrás de nós.
Uma vida para nós.
NÓS.
Como existir em sua frente?
As palavras me antecedem e ultrapassam, elas me tentam e me modificam, e se não tomo cuidado será tarde demais:
as coisas serão ditas sem eu as ter dito.
Melhor me limitar a fitar sua boca.
Esperar que ela se mova.
E forme as sílabas do meu pretender.
Eu tive esperança, e ela foi o meu pecado maior.
Seu olhar, uma pata macia e pesada sobre mim.
E sua presença, a ausência do meu estar.
O balanço: simbologia barata.
Oscilação.
Ironicamente balança com minhas vontades.
Levei-o até o balançar dos meus desejos mais profundos.
Levei-o ate o jardim da minha escrita.
Relva, flores e borboletas à meu bel prazer.
Composição de textos que retomam um desfecho.
Minha vida agora é invisível à você.
Minha escrita é incoerente.
Meus olhos úmidos de água orgânica, riem por si mesmos.
Meu corpo inteiro sorri a sua presença.
Sou uma mulher com entranhas sorrindo.
Sou pura ternura por saber como é bom sentar no balanço e fazer o nosso próprio mel.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

O não dito

Eu não poderia dizer tudo.
Não há espaço suficiente,
não há palavras que se façam coesas.
Então eu peço que digam a ele.
Digam que ele é dono de um olhar sincero e de um sorriso que encanta.
Digam que ele me faz bem porque em seus gestos há flores.
Digam que ele faz em mim verão e voa em meu coração como andorinha.
Digam que ele me deixa lembranças de maritacas
e me faz leve como beija-flor.
Digam que ele canta como canário
e faz dos meus receios, carnaval.
Digam que eu me deito toda noite e imagino um espaço na cama pra ele,
e mesmo sozinha,
durmo espremida de saudade.
Digam que ele é meu cobertor aconchegante de carinho e zelo
e que seu cheiro é nosso,
e meu amor é dele.
Digam que estar com ele é como ficar descalça no jardim,
pés desnudos de medo e livres pra correr.
Digam que todo dia é festa dentro de mim
porque seus beijos são como balões coloridos ao vento.
Digam a ele que sou sua amiga,
pois leio seus olhos, sorrio seus sorrisos, gargalho suas gargalhadas e choro suas lagrimas...
Digam que é difícil explicar como ele está em mim já que muita coisa é só sinceridade de sentimento e pronto.
Tem coisa que transparece mais que a chuva.
Está nos meus olhos, muito mais que em minha pele transparente.
Eu só quero que ele exista, feliz, simplesmente.
E seja sempre essa imensa parte do talvez da minha vida.
Que talvez seja o meu sim, o meu amanhã, o meu renascer,
E digam que se ele quiser ver,
explícito, nítido,
quase que um brilho à flor da pele,
que leia meus versos sobre a verdade e perceba minhas desculpas pra encontra-lo.
Digam que o dia que ele veio ao mundo,
eu já estava nele..
e com certeza o sol brilhou mais forte,
Eu sei.
Eu senti.
Digam que ele acabou com minha criatividade de desejar outros corpos, outros cílios.
Digam que eu amo o vermelho de seus olhos
e que até gosto de provoca-lo pra que me olhe por mais tempo.
Digam que vejo-o sincero, como risada de criança.

Nem que seja em sonhos, digam que isso pra mim é viver.
E que hoje, hoje eu vivo estonteante
pois ele fecha um ciclo e reinicia outro,
e eu faço parte de alguns passos desta caminhada.
Digam enquanto ele toma banho, enquanto almoça, ou quando chegar a madrugada.
Digam quando ele estiver sozinho,
em silêncio,
para que o mundo não estranhe, não atrapalhe minha forma de senti-lo
E para que ele possa ouvir com clareza todos os detalhes,
para que sinta toda a alma da minha poesia
Digam a ele o de sempre: muitas felicidades, paz, alegria, sucesso e conquistas,
mas principalmente,
o que ninguém diz:
que haja sempre verdade contida em suas vitórias.
Que ele escreva seu livro com amor e sabedoria, sabendo virar a pagina, riscar e reescrever.

Digam que ele é o imenso do imenso meu.
E isso basta.
Obrigada.
Digam a ele que agradeço!

domingo, 10 de maio de 2009

Amor visceral

A boca fresca de saudade.
O olhar desdobrado.
O sorriso objetivado.
A paz bruta.
O silencio tímido.
A prosa bêbada.
O jejum no estômago.
As borboletas.
O perdão cambaleante.
A musica repetitiva. Canção insistente
O riso vagaroso, vasto, confundido.
O livro aberto, páginas rasgadas.
O cuidado nos gestos.
Os elementos essenciais.
O medo à mercê.
Os anos, correndo aflitos.
O gênio: genioso, bondoso, mutante.
A casa pré-fabricada.
O sorvete de limão.
A casa vazia.O vazio da sorte.A casa do norte.
A cerveja gelada.
A luz que apaga.
A varanda.
O lago.
O impulso incrédulo.
A obediência arrogante.
O recuo fracionado.
A rigidez nata.
O movimento preciso.
O ruído cego.
O abraço pálido.
O adeus gelado.


De ombros dados pro destino,
De mãos dadas co’mundo,
Eu atravessei o corredor estreito da noite.
Pousei meus devaneios nos teus.
Recolhi minhas asas no quintal da tua imaginação.

Despertei.

Hoje faz um dia maravilhoso dentro de mim.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

"Il vous aime, c'est secret, ne lui dites pas que je vous l'ai dit."

meu Amor é cheio de Segredos
e meus segredos sAo como meUs vestiDos:
a cAda botão que tu abres, DEsabrocha uma rosa.

meu amor É feito de ArrePios,
e o Arrepio é qUando,
por Serem tAo lEves,
sues dedos coNseguem,
em Todos os meus poRos,
soErguer umA flor.

meu amor tem Sabor de fruta fresCA eNamorada,
CheirO de tErra molhada e o Sorriso da simpatia solar...

MEU AMOR É SABOROSO QUE SÓ ELE!!!

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Lições!

A primeira coisa que eu aprendi com você, e talvez a mais importante, foi a não desistir do amor e de suas nuances, em qualquer parte ou altura do caminho. Não duvidar de que ele aconteça simultaneamente em “n” formas e modelagens, formidavelmente indizíveis.
E talvez você nem saiba disso pois nosso amor não é assim tão escancarado.
Mas ah..!! Sim, somos camadas do amor.
Aprendi o quanto a vida surpreende e que o tempo é pura invenção cronológica.
E que carinho, saudade e companheirismo não são mensuráveis nem comparáveis. Aprendi que as pessoas não são substituíveis mas os espaços que elas preenchem em nossas vidas são!
Com você aprendi a viver com mais liberdade o instante já, sem vergonha, receio ou lamentação.
Aprendi que certas relações vão alem da nossa compreensão por serem multilaterais, polifásicas e cheias de ângulos- formas nada planas, nada geométricas, incapazes de se rotular.
Aprendi o verdadeiro valor da paciência.
Aprendi que a juventude está na constante modificação, no não acomodar-se, no sair da rotina, correr, sorrir, viajar...
Aprendi que responsabilidade, gentileza e sinceridade nada tem a ver com idade.
Com você aprendi a sorrir ao descobrir amoras, pitangas e goiabas num caminho árido, em meio à vegetação caatinga.
Com você eu aprendi a respeitar, me pergunte o que e eu te direi: TUDO.
Aprendi que não vale a pena a revolta, o grito, a exaustão, o cansar das línguas, o monólogo argumentativo, o desentender-se em vão.
Vale mais expor, esperar, desculpar e redimir.
Com você sou mais segura de mim, porque ainda sou só, e exatamente por isso, tenho de ser completa.
Aprendi que posso ser uma pessoa melhor e isso depende muito de mim, mas também da tua vontade de me ver feliz.
Aprendi que posso ser contagiante.
Transformar alguns movimentos com meu exemplo, sem precisar impor ou implorar.
Com você eu quis descobrir o amor, pois me descobri pequena e inexperiente, como quem acaba de deixar o lar para desbravar o mundo.
E com você eu senti a suavidade das aves.
E a leveza de ser criança de novo.
Com você suguei o néctar de frutos sob copas intermináveis de puro verde e frescor. Conheci pássaros, cantos, ..
Ouvi as vozes do teu corpo.
Com você eu senti um carinho imenso no rosto.
E um toque macio na pele.
Com você eu descobri quais são os cheiros da vida.
Com você eu viajei, com você repensei, senti, questionei, confirmei...
Com você aprendi novas canções, novas palavras, passos de dança, modos de sentir e enxergar.
Conheci novos autores, poemas, novas pessoas, novos amores.
Com você eu senti tesão.
Descobri um prazer novo, uma não censura do corpo, um nu todo artístico...
Com você eu quebrei algumas barreiras e descobri novas possibilidades em mim mesma.
Eu me reciclei, me refiz inteira.
Com você eu jardineirei e me primaverei.
Virei flor desabotoada, vestido aberto pra você.
E sabe, eu aprendi que com tanto céu livre por ai, alguns passarinhos se encontram e se bicam, e fazem seus ninhos próximos, uma árvore ao lado, um riacho no quintal, quem sabe ate o mesmo fruto preferido. Com tanto céu pra voar. Apesar de tanto vento, tantas nuvens, eles acabam ali, naquele mesmo galho... E essa é a mágica do infinito, do atemporal, da vida mexer os pauzinhos e deixar pra gente a melhor parte: SENTIR...
É pura vontade!
A liberdade: parte de nós!

NAMASTÊ

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Mulher

[Mulher, pára de charme.

O caminho é longo e os passos pesados.
É só o vento que pode diminuir teu ritmo.
Ele não precisa estar.
Pra caminhar duas pernas bastam.
A cor dos teus olhos compõe um arco-íris bicolor
e há poucos nesse mundo que podem sustentar a resolução de suas palavras.

Mulher, chega de lamentar.

Pra que manter aquela boca mordaz em cima de ti?
Flua.
Seu corpo inteiro consegue sorrir quando seus lábios se abrem e os dentes escapam.
Pra que insistir se não há querer e a graça está toda em ser livre?

Ó mulher, seja esperta.

Vire as costas pro desdém e caminhe em direção aos tijolos.
Encastele o mundo.
Construa a sua paz, recicle seu olhar e adube seu jardim.
Você pode tecer o homem.
Pode fazer arte pura.
Neutra.

Mulher, sua postura é um toque ardente.

Sua espera constrange.
Sua firmeza estremece pernas.
Sua certeza destrói as barreiras.
Um suspiro e pronto.
Você se refaz.
A capacidade de existir é um dom.
E a de resistir é uma conquista.]

NAMASTÊ

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Ame e dê vexame! [Roberto Freire]

Amizade colorida: com o tempo, ou a cor desbota restando apenas a amizade, ou a gente entrega azul, cultiva verde, abraça laranja, beija vermelho, ilumina amarelo, agarra violeta, chora anil e faz do nosso amor o mais belo dos arco-íris.

[Agora em lótus, cantando, cheia de lápis de cor e papel machê]